quarta-feira, 13 de julho de 2016

A REVOLTA DA VACINA











Rio de Janeiro, início do século XX: era uma cidade de ruas estreitas, sujas, com saneamento precário e foco de doenças como: febre amarela, varíola, tuberculose e peste bubônica. Por isso, os navios estrangeiros não paravam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas.
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente das reformas nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este por sua vez chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no Centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento.



Reforma urbana

A República necessitava de um simbolo que lhe desse visibilidade permitindo ao país entrar na modernidade. Para resolver esses problemas, ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Teve então o inicio a reforma urbana, período conhecido popularmente como “Bota abaixo”, visando o saneamento, o urbanismo e o embelezamento, dando ao Rio de janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.

O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços e o conseqüente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.



Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela.

Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo.

A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém reconstruída cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.

No Brasil, o uso de vacina contra a varíola foi declarado obrigatório para crianças em 1837 e para adultos em 1846. Mas essa resolução não era cumprida, até porque a produção da vacina em escala industrial no Rio só começou em 1884. Então, em junho de 1904, Oswaldo Cruz motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo o território nacional. Apenas os indivíduos que comprovassem ser vacinados conseguiriam contratos de trabalho, matrículas em escolas, certidões de casamento, autorização para viagens etc.

Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e regulamentada em 9 de novembro. Isso serviu de catalizador para um episódio conhecido como Revolta da Vacina. O povo não aceitava ver sua casa invadida e ter que tomar uma injeção contra a vontade, então foram às ruas da capital da República protestar. 

Tanto tumulto incluía uma rebelião militar. Cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha enfrentaram tropas governamentais na rua da Passagem. O conflito terminou com a fuga dos combatentes de ambas as partes. Do lado popular, os revoltosos que mais resistiram aos batalhões federais ficavam no bairro da Saúde. Eram mais de 2 mil pessoas, mas foram vencidas pela dura repressão do Exército.

Após um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de duas semanas de conflitos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacinação obrigatória. “Todos saíram perdendo. Os revoltosos foram castigados pelo governo e pela varíola. A vacinação vinha crescendo e despencou, depois da tentativa de torná-la obrigatória. A ação do governo foi desastrosa, porque interrompeu um movimento ascendente de adesão à vacina”, explica Benchimol. Mais tarde, em 1908, quando o Rio foi atingido pela mais violenta epidemia de varíola de sua história, o povo correu para ser vacinado, em um episódio avesso à Revolta da Vacina.


http://portal.fiocruz.br/pt-br/node/473
http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/revolta.html
https://fatosehistoria.wordpress.com/2012/03/04/revolta-da-vacina

sábado, 9 de julho de 2016

10 de Julho: Dia Mundial da Saúde Ocular



No Dia Mundial da Saúde Ocular, nós orientamos a realização de acompanhamento oftalmológico regular para prevenir doenças e proteger a visão.

O que é mais importante saber é que com ações preventivas, as principais doenças da visão podem ser evitadas. 

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado e rápido das doenças evitam complicações, que podem acarretar na perda da visão.

Doenças como hipertensão e diabetes podem provocar o aparecimento de sintomas oculares e requerem acompanhamento constante.


DICAS PARA PROTEGER SEUS OLHOS

  • Usar óculos ou lentes de contato apenas quando prescritos por médico oftalmologista;
  • Ter uma alimentação saudável e rica em antioxidantes para prevenir ou retardar o aparecimento de lesões;
  • Proteger os olhos com óculos de sol que filtrem os raios ultravioleta é uma medida preventiva ao envelhecimento dos olhos;
  • Cuidado com as maquiagens, pois algumas podem provocar alergia;
  • Substâncias químicas, inflamáveis, medicamentos e objetos pontiagudos, devem ser mantidos fora do alcance de crianças para a prevenção de acidentes oculares;
  • Lave sempre as mãos!
  • Procurar o oftalmologista periodicamente.



Fontes: Bvsms

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Cuidados com as mãos e pés no paciente oncológico



Durante o tratamento quimioterápico alguns pacientes podem sentir efeitos colaterais na pele, principalmente na região das mãos e dos pés. 
Entre as principais alterações, destacam-se:

  • Síndrome de mãos e pés: podem surgir inchaço, vermelhidão, formigamento e descamação;
  • Mudanças nas unhas: podem perder sua pigmentação e se descolarem em um efeito chamado onicólise;
  • Aneuropatia periférica, pequena lesão no Sistema Nervoso que pode causar perda de sensibilidade. 

Evitar:

  • Tecidos ásperos e sintéticos;
  • Andar descalço ou usar sandálias abertas;
  • Uso de adesivos curativos;
  • Contato com produtos químicos como detergente e água sanitária;
  • Exposição da pele a temperaturas extremas (muito quente ou gelado), nos casos de neuropatia periférica (pois não é possível perceber  o calor de uma panela, por exemplo);
  • NÃO retirar a cutícula !

Adotar:

  • Roupas confortáveis;
  • Luvas de borracha se for manusear produtos de limpeza;
  • Protetor solar e hidratante;
  • Meias e luvas de algodão ao dormir;
  • Dieta equilibrada e rica em vitaminas B e C;
  • Em alguns momentos deixar a pele descoberta  para respirar, evitando a transpiração em excesso;
  • Analgésicos e antibióticos apenas conforme orientação médica.

Fonte: ACCamargo

sexta-feira, 17 de junho de 2016

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Fator de Equivalência para o Bitartarato de Colina?


Quimicamente, a colina é um cátion de amônio quaternário (N,N,N-Trimetiletanolamonio), também considerada como um constituinte das vitaminas do complexo B. 

A sua estrutura química é:


Onde o X- , representa um ânion que compõe a forma do sal de colina: Cloreto, hidróxido, fosfato, bitartarato, etc. Logo, existem vários ativos como fonte de colina. 

A colina é uma precursora da acetilcolina, que é um importante mediador químico neuronal. Na forma de fosfatidilcolina, é de grande importância na função da membrana celular. 

O peso molecular da colina é 104,17. 
Já o peso molecular do Bitartarato de colina é: 253,25. 

Analisando um estudo sobre a “Melhora da Performance Visual-motora e constrição da pupila após suplementação de colina em humanos”, realizado na Universidade de Leiden na Holanda e publicado em 2015 na revista Scientific Reports, nos chamou a atenção o trecho a seguir:   

“Depending on the session, participants were given 400ml orange juice including 2 g dissolved choline bitartrate or a microcrystalline cellulose placebo, both consisting of a fine-grained, white powder that did not change the viscosity of the drink. Choline bitartrate contains 41.1% choline by molecular weight, and 2 gram of choline bitartrate administration provides 800mg of choline action, similar to the ingestion of approximately 5 hard-boiled eggs or 250 g beef liver. The given amounts were well below the established 3.5 g recommended upper intake level for adults (Food and Nutrition Board of the US institute of Medicine)”.

“Os participantes tomaram 2g de bitartarato de colina dissolvidos em 400ml de suco de laranja, ou um placebo de celulose microcristalina (um pó fino para não alterar a viscosidade da bebida) dissolvido em 400ml de suco de laranja. 
O bitartarato de colina contém 41% do peso molecular em colina; logo, 2g de bitartarato de colina contém 800mg de colina, o que equivale a ingestão aproximada de 5 ovos cozidos ou 250g de fígado bovino. 
Estes valores estão bem abaixo da maior dose recomendada para adultos (Upper level), que é de 3,5g segundo o Conselho de Alimentos e Nutrição do Instituto de Medicina dos Estados Unidos (Food and Nutrition Board of the US institute of Medicine). 

Aí ficou a dúvida: Para o bitartarato de colina deve ou não ser aplicado o fator de equivalência em relação à colina Base? No trabalho foi considerado o fator de equivalência 2,44. Como o centro com atividade farmacológica do bitartarato de colina é a colina, que é a precursora da acetilcolina, achamos correta a aplicação do fator de equivalência. Porém deixamos em aberto à discussão para que possamos chegar a um consenso a respeito desta questão.


Referência Bibliográfica: Naber, M. et al. Improved human visuomotor performance and pupil constriction after choline supplementation in a placebo-controlled double-blind study. Sci. Rep. 5, 13188; doi: 10.1038/srep13188 (2015).